No último dia 7 de agosto, o Banco Central (BC) anunciou o lançamento do Real Digital, agora chamado de Drex, gerando uma série de questionamentos sobre suas particularidades em comparação ao sistema de pagamentos instantâneos PIX.

 

Embora seja considerado uma espécie de “primo” do PIX devido à relação tecnológica, o Drex possui características distintas. A principal diferença está na essência de cada tecnologia: enquanto o PIX é uma ferramenta para transações instantâneas, o Drex é a própria moeda em si, sendo a primeira moeda virtual oficial do Brasil.

O PIX funciona como um meio para transferir dinheiro, enquanto o Drex é o próprio dinheiro a ser transferido. Essa nova moeda digital poderá ser usada tanto para “fazer um PIX” quanto para realizar pagamentos e transferências por meio de outras modalidades já existentes.

Funcionalidades do Drex

O projeto do novo Real Digital também prevê a compra e venda de títulos públicos, em parceria com o Tesouro Nacional. Com o Drex, será possível negociar esses títulos de forma mais ágil e prática.

Especialistas destacam que a implementação do Drex abrirá portas para novos serviços financeiros digitais, como os contratos inteligentes, conhecidos como smart contracts.

Além disso, a moeda digital será empregada em outras áreas, incluindo empréstimos, seguros e investimentos.

Outra diferença relevante em relação ao PIX é que o uso do Real Digital poderá ter um custo. No entanto, o coordenador da iniciativa assegura que os custos das operações financeiras, conforme realizadas atualmente, serão reduzidos com a adoção do Drex.

Como vai funcionar o Drex?

O Real Digital atuará como uma nova expressão das cédulas físicas já emitidas pelo Banco Central, garantindo os mesmos fundamentos e políticas econômicas que regem o valor e a estabilidade do real convencional.

Uma das diretrizes para o desenvolvimento da moeda digital é a interoperabilidade com os meios de pagamento já disponíveis à população, incluindo as transferências via PIX e os pagamentos em lojas por meio de prestadores de serviço de pagamentos autorizados pelo BC.

Os usuários também poderão transferir reais digitais para outras pessoas, convertê-los em depósitos bancários convencionais e sacá-los em formato físico, além de pagar contas, boletos e impostos.

O Projeto do Real Digital

O Drex ainda está em fase de testes e não possui um cronograma oficial de lançamento. A expectativa é que a nova moeda seja disponibilizada ao público até o final de 2024.

O Banco Central vem discutindo o tema há anos e, em 2020, organizou um grupo de trabalho para estudar a emissão de uma moeda digital brasileira, divulgando as diretrizes gerais do projeto em maio de 2021.

A nova moeda será emitida pelo próprio BC, distribuída ao público por meio de bancos e instituições de pagamento, e terá custódia no Banco Central. Sua cotação em relação a outras moedas será a mesma, e não será permitido aos bancos emprestar esses recursos a terceiros e depois devolvê-los aos clientes, como ocorre atualmente com o real físico.

Além disso, os recursos do Drex não terão correção automática, e haverá garantia de segurança jurídica, cibernética e de privacidade nas operações. A chegada do Real Digital representa um avanço significativo na inovação do sistema financeiro brasileiro e uma nova etapa rumo à transformação digital no país.

Fonte: sitecontabil.com.br

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