Com a chegada e distribuição das vacinas fica mais factível pensar em como será a era pós-pandemia. Desde março de 2020, quando os estados brasileiros decretaram lockdown, muitas coisas mudaram. Modelos de trabalho, relações pessoais, economia e hábitos de consumo. Segundo pesquisa realizada pela Social Miner com mais de 2 mil brasileiros, o consumidor parece estar mais cauteloso e consciente. Entre as preocupações, aparece o desejo de continuar apoiando pequenos produtores e marcas locais, seja incentivado por um sentimento de empatia, seja pelo interesse pessoal em um atendimento mais personalizado.
Ainda de acordo com o estudo, 48% disseram que irão adquirir muitos itens que deixaram de comprar durante o período de pandemia, frente a 21% que discordam da afirmação. O restante não soube responder ou não quis opinar. Já 73% dos participantes da pesquisa apontaram que pretendem consumir de forma mais consciente, comprando somente o essencial. E uma das questões em que quase todos os entrevistados concordaram foi em relação a promoções: mais de 84% revelaram que esperam encontrar boas ofertas após o isolamento.
Um dos hábitos de consumo que cresceram na pandemia e vieram para ficar, mesmo quando não houver mais a necessidade de isolamento, são as compras através do e-commerce. Segundo o levantamento, o consumidor agora familiarizado com novos canais demonstra intenção de transitar entre o online e offline com frequência no futuro e aderir cada vez mais a e-commerces, canais de compra alternativos e experiências híbridas.
Os dados indicam que mais de 52% pretendem comprar online e retirar em loja física, e apenas 18% discordam dessa afirmação. O mesmo percentual de 52% corresponde aos que pretendem utilizar mais e-commerce e ir menos a loja física, contra 16% que não concordam com a afirmação. O restante não opinou ou não soube responder.
“Esses dados mostram para indústrias e varejistas qual o caminho seguir. A vivência do consumidor pelo canal digital vai ter que ser muito atraente, quase que levando a proposta do físico para o virtual, para que o cliente tenha uma boa experiência de compra”, destaca Felipe Russi, diretor de marketing da empresa de comércio eletrônico Tatix Full Commerce.
“Então, para as marcas de roupa, por exemplo, tem que ter provadores virtuais, um site que reproduza o estilo da marca, promoções, excelência no serviço de logística para entrega, pós-atendimento e tudo mais necessário para fidelizar esse consumidor”, continua, acrescentando que, com a retomada da economia e o fim do isolamento social, as pessoas vão querer viajar mais, comprar mais e se proporcionar momentos de prazer.
“É natural que, depois de um período em que tivemos de certa forma a nossa liberdade cerceada, a gente queira viver mais o hoje, e isso inclui se cuidar mais e consumir mais, mas claro que o padrão de exigência em onde colocar seu dinheiro também vai aumentar. Como mostrou a pesquisa, as pessoas vão gastar, mas de forma consciente. Empresas que apostam em boas experiências de compra e entendem o seu consumidor mais profundamente saem na frente”, observa Russi.
Já é possível notar que, nesse longo período regrado, muitas atividades comuns do cotidiano, como ir ao supermercado, podem ser executadas com a conveniência do e-commerce. Isso porque o mercado se adaptou e o consumidor também.
“A experiência catalisada pela pandemia levou o consumidor a perceber que esse ambiente é bastante seguro hoje em dia, mas também promoveu uma evolução rápida nos players, que passaram a ofertar muito mais produtos e com preços competitivos. Além disso, os fretes são atraentes em preço e prazo. Se pensarmos que um deslocamento de carro, por mais curto que seja, consumirá alguns litros de combustível e tempo, sem falar no seguro e desgaste do veículo, os fretes se tornam relativamente baratos. Esses são apenas alguns dos motivos para o e-commerce certamente se tornar um hábito pós-isolamento“, salienta o executivo, finalizando: “O tempo será cada vez mais direcionado às experiências humanas, sociais. Viagens, família e amigos serão priorizados diante de atividades que hoje podem migrar para o digital“.
Fonte: Administradores